Na época da vovó, o YouTube não pagava, pouca gente lembra disso, mas isso aconteceu, assim como com o Meta. Plataformas de UGC (User Generated Content ou Conteúdo Gerado Pelo Usuário) geralmente começam assim. Só que a indústria fonográfica pode ser lenta, mas, mesmo lenta, aprende com seus erros e, na hora em que o TikTok chegou, muito da (má) experiência com as duas plataformas citadas acabou entrando em jogo e trazendo traumas do passado.
Aqui na GMusic, quando avisaram que o primeiro pagamento do TikTok chegaria no mês seguinte, nós ficamos animados. Duas músicas do DJ Alex BNH estavam altamente viralizadas, e acreditávamos que isso poderia ser uma virada de chave.
Mas a chave quebrou na ignição. Os valores recebidos foram pífios, uma verdadeira piada para uma plataforma tão grande.
Nesta semana, a Universal Music resolveu se rebelar contra o TikTok, e um dos assuntos são os pagamentos. Em teoria, o TikTok quer pagar ainda menos pelo uso das músicas, argumenta que é uma plataforma de descoberta e não um player como os outros, um pensamento tacanho que demonstra um total desinteresse no ecossistema.
Obviamente que, junto com o problema mais aparente, existe uma questão geopolítica da China vs. Estados Unidos. Pouca gente fala, mas o fim do Resso tem muito a ver com um posicionamento da indústria contra a opção gratuita desta DSP que já começava a incomodar as outras empresas do ramo, e incomodava exatamente por causa das práticas predatórias da ByteDance, empresa que controla o Resso, TikTok e a distribuidora deles chamada Sound On. A força da indústria fonográfica são os EUA, e é impossível separar a questão política do dia a dia da mesma (lembre-se de que não existem mais DSPs oficiais na Rússia, um pequeno exemplo).
Mas a pergunta do MC da quebrada é: vai mudar algo? Eu vou ganhar mais na minha continha humilde da DistroKid?